Aspectos teórico-práticos para uma formação integral do sujeito-pesquisador: Karl Marx pesquisador interdisciplinar?

Neste ensaio buscamos, a partir do exemplo de Karl Marx como sujeito, em processo de formação e engajamento político, contrapor a posição hegemônica em relação à interdisciplinaridade segundo a qual esta depende da formação de coletivos, de parcerias para realizar-se. Posicionamo-nos na direção de q...

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Detalles Bibliográficos
Autores principales: Mueller, Rafael Rodrigo, Bianchetti, Lucidio
Formato: Artículo revista
Lenguaje:Portugués
Publicado: Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires. Facultad de Ciencias Humanas. Núcleo de Estudios Educacionales y Sociales. (NEES) 2014
Materias:
Acceso en línea:http://www.ridaa.unicen.edu.ar/xmlui/handle/123456789/78
Aporte de:
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description Neste ensaio buscamos, a partir do exemplo de Karl Marx como sujeito, em processo de formação e engajamento político, contrapor a posição hegemônica em relação à interdisciplinaridade segundo a qual esta depende da formação de coletivos, de parcerias para realizar-se. Posicionamo-nos na direção de que é possível ser interdisciplinar e desenvolver pesquisas desse teor, na condição de indivíduo, desde que haja uma opção de engajamento e comprometimento com a perspectiva onilateral. Os processos de formação e de militância de Marx fornecem a argumentação para compreender e propor metodologias e praxis, que, de uma perspectiva individual, interfiram na dinâmica histórico-social. Esta possibilidade, contudo, choca-se com a organização institucional e curricular predominantes atualmente, as quais primam pela fragmentação, pela disciplinaridade. Neste sentido é que se torna pedagógico resgatar aspectos da trajetória da formação e da praxis marxiana a fim de visualizar alternativas às posições predominantes atualmente, seja de priorizar as disciplinas, seja de preconizar como (pré) condição a constituição de grupos, dos coletivos, para pensar-se em desencadear processos formativos e ações ou praxis interdisciplinares. Consequentemente, pensar na formação de sujeitos-pesquisantes e coletivos a partir do somatório de especialistas disciplinares, na perspectiva aqui esboçada, seria um atentado ao conceito de interdisciplinaridade. Partimos da constatação de que há a necessidade de desenvolvimento de estratégias que auxiliem a compreender o movimento do real de forma contextualizada. Esta necessidade é imperiosa por concebermos a realidade e seus diversos objetos, fenômenos e processos como “complexos de complexos”. Convergentemente a isto pretendemos, neste ensaio, aprofundar a análise acerca da temática da interdisciplinaridade utilizando como exemplo concreto a formação intelectual de Karl Marx (1818-1883), alguns aspectos de sua trajetória educativa, bem como do seu engajamento político. Com isso buscamos compreender como sua formação esteve necessariamente imbuída de um caráter que não se reduziu a uma ou algumas disciplinas ou campos de conhecimento, em função de sua perspectiva histórico-materialista da realidade. Além disto, temos presente que seu quefazer foi presidido e orientado por/para uma praxis ominilateral, em contraposição à formação/educação/atuação que regia e rege a estrutura societária de caráter fundamentalmente unilateral, característico do modo de produção capitalista. O sentido e o princípio que se atribui à interdisciplinaridade no contexto atual, considerando o desenvolvimento histórico do modo de produção capitalista e o modo como na dinâmica do sistema se manipula tal conceito para a produção do conhecimento, não estavam postos na ambiência histórica de Marx, porém, seus procedimentos metodológicos e sua praxis formativa podem fornecer-nos pistas para um possível gérmen do que consideramos ser uma formação interdisciplinar para o sujeito-pesquisador. Constantemente faz-se apelo à colaboração e à cooperação do coletivo para a constituição da interdisciplinaridade, porém, para que essas de fato se concretizem no processo de produção do conhecimento, o sujeito-pesquisador necessita de uma formação interdisciplinar que o sensibilize para o trabalho integrado, enquanto exigência e necessidade para a pesquisa interdisciplinar. Parafraseando Marx quando afirmava que até mesmo os educadores precisam ser educados, afirmamos que até mesmo os pesquisadores precisam ser educados para o trabalho interdisciplinar. O grande paradoxo envolvido em tal condição é que a estrutura educacional, em cujo contexto fomos formados e atuamos como profissionais da educação, é estritamente disciplinar, sendo que o inter-relacionamento das disciplinas não é elemento integrante e constituidor de tal estrutura. Nem sempre essa formação específica foi e é preocupação daqueles que concebem, controlam e utilizam os processos e produtos da ciência e da tecnologia, o que certamente dificulta ou, em grande parte, obstaculiza a manifestação e a concretização da própria perspectiva interdisciplinar. Como exemplo para demonstrarmos que os procedimentos para compreensão da realidade necessários para a produção do conhecimento empregados por Marx têm, necessariamente, em sua gênese um princípio de interdisciplinaridade, iniciamos com um retrospecto histórico da praxis formativa de Marx evidenciando a sua preocupação cada vez mais explítica de aprofundar-se nos diversos campos de estudos técnicos, científicos, artísticos e humanísticos, em termos de uma exigência para a maturação das categorias e conceitos fundamentais do seu construto teórico. No decorrer de nossa análise não será explicitada uma concepção ou um ‘método interdisciplinar’, mas sim princípios norteadores de como se constitui uma praxis formativa: o encadeamento teórico e prático (práxico) necessário para a produção do conhecimento para além dos limites estreitos de uma ‘formação interdisciplinar para a produção de mercadorias’, bem como do engajamento em causas histórico-sociais. Este, talvez, seja o maior desafio colocado no horizonte da produção científica e da atução nos dias de hoje.