A autonomia como princípio educativo democrático no contexto das sociedades complexas
O presente artigo tem por objetivo principal suscitar certos questionamentos acerca da construção da autonomia no ambiente escolar, tendo como foco central da discussão a atualidade deste conceito no contexto das sociedades complexas, balizada pelo pensamento de Paulo Freire. Para a construção desta...
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Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires. Facultad de Ciencias Humanas. Núcleo de Estudios Educacionales y Sociales (NEES)
2014
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O presente artigo tem por objetivo principal suscitar certos questionamentos acerca da construção da autonomia no ambiente escolar, tendo como foco central da discussão a atualidade deste conceito no contexto das sociedades complexas, balizada pelo pensamento de Paulo Freire. Para a construção desta reflexão parte-se da tese de que a autonomia vivenciada pelos professores e estudantes no contexto educacional atual insere-se em uma abordagem de interpretação voltada, em sua maioria, aos ideais individualistas dos sujeitos, o que pressupõe uma educação não democrática e que, associada aos demais problemas educacionais existentes, marca a apatia de alunos e professores com o processo de ensino-aprendizagem.
Iniciamos por identificar traços da concepção de autonomia em Freire, para posteriormente fundamentar os princípios que levam a sociedade atual a ser compreendida como uma sociedade complexa e, por fim, tomando por base os pressupostos anunciados, explicitar a atualidade do conceito de autonomia no ambiente educacional no contexto das sociedades complexas, na busca por uma educação voltada à democracia. Destaca-se que, a opção por analisar a categoria autonomia e vinculá-la a concepção pedagógica freireana dá-se na medida em que objetiva-se utilizar tal categoria dentro de um contexto pedagógico escolar, onde esta parece ser considerada por Freire como o ponto de equilíbrio capaz de estabelecer a legitimidade do processo educativo, conceito este que, após exposto em inúmeras de suas obras, deu origem à sua última publicação em vida, “Pedagogia da Autonomia”.
A concepção de autonomia em Freire vem atrelada às questões de conscientização e a formação de uma consciência de classe no sujeito. Assim, com a crítica e a crise destas duas categorias, conscientização e consciência de classe, e a emergência da sociedade globalizada, da individualização compulsória e institucionalizada, características da sociedade complexa e plural, qual a pertinência da categoria da autonomia dentro dos processos educativos e sociais da atualidade, neste contexto complexo e plural?
Freire defende a conscientização, não como solução utópica, mas como consequência de uma formação para a consciência, numa reflexão crítica da realidade em que está inserido. Em consonância a esta autonomia citada pelo autor, alguns aspectos primordiais aparecem, simplicidade, humanismo, ética e esperança, quando em sua visão, o capitalismo leva a sociedade a um consumismo exacerbado e a uma alienação coletiva. A escola, para Freire, é ainda um dos mais importantes recursos de transformação social e seu fracasso deve-se, em grande parte, às praticas ultrapassadas e à falta de conexão com o contexto social, cultural e econômico do aluno. O autor atenta ainda para o fato que, o professor precisa promover a autonomia do aluno e estimular a liberdade por meio de sua ação pedagógica.
Como sabemos, Freire centrou sua tese na defesa de uma pedagogia que possibilitasse ao sujeito o desenvolvimento da autonomia, a qual implicava na formação da capacidade do indivíduo de criar suas próprias representações de mundo e, a partir destas representações, pensar autonomamente estratégias para a resolução de problemas, compreendendo-se como sujeito da história. Vê o princípio da autonomia como fundamental na perspectiva de construção de uma sociedade democrática e politizada, criando-se a conscientização acerca das condições de participação individual e coletivamente, onde para ele o ato de ensinar exige respeito á autonomia do sujeito. (FREIRE, 2013)
Consideramos que a busca pela autonomia no contexto atual requer a retomada desse conceito considerando não só a maior complexidade da sociedade atual, conforme a analisam, por exemplo, Giddens (2012), Lash (2012), Beck (2012) e Bauman (1997), mas também a reavaliação de algumas categorias analíticas que são fundamentais na concepção pedagógica de Freire. Este é o desafio que pretendemos enfrentar neste texto.
Neste contexto complexo, onde o Estado parece abrir mão de sua missão de criar hierarquias ordenadoras de uma sociedade, as escolas também perderam seu referencial de detentoras do saber e de civilizadoras dos sujeitos, podendo agora se constituir em um espaço aberto e receptivo à pluralidade e à multiplicidade de culturas e de valores distintos que fazem parte de uma mesma sociedade. No entanto, após os horrores do disciplinamento a que fomos expostos no século XX, ao invés de confiarmos na razão da escola atual e na sabedoria de seus professores, vivemos em um tempo de desconfiança, de dúvidas e de incertezas de toda e qualquer ‘verdade’ que nos é dita.
A categoria ‘autonomia’, faz-se atual no contexto das sociedades complexas quando visualiza a necessidade de um novo educador, que pense a educação de forma a garantir a construção da autonomia por parte dos sujeitos, educadores e educandos, dentro de um princípio democrático. Em suma, educar, no contexto das sociedades complexas, numa perspectiva de criar condições para mudanças nas estruturas e processos socioculturais e econômicos, pressupõe pensar na autonomia como fundamento da emancipação humana, oportunizando ao educando aprender a pensar e decifrar as relações de poder que se estabelecem na sociedade atual, retomando-se as categorias da conscientização e da consciência de classe. |