Uma iniciativa para formação do professor secundário: Da Academia de Altos Estudos à Faculdade de Philosophia e Lettras do IHGB (1915-1922)
Esta comunicação refere-se ao projeto de mestrado, com o título supracitado, o qual tem como objetivo analisar o processo histórico de criação e funcionamento da Academia de Altos Estudos, fundada pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) em 1915. Essa instituição de ensino superior su...
Guardado en:
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Formato: | Artículo revista |
Lenguaje: | Portugués |
Publicado: |
Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires. Facultad de Ciencias Humanas. Núcleo de Estudios Educacionales y Sociales (NEES)
2014
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Esta comunicação refere-se ao projeto de mestrado, com o título supracitado, o qual tem como objetivo analisar o processo histórico de criação e funcionamento da Academia de Altos Estudos, fundada pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) em 1915. Essa instituição de ensino superior surgiu como uma iniciativa de promoção de estudos científicos nas áreas de Política, Sociologia e História. Em 1919, foi reformulada para atender à formação de professores secundários, passando a ser Faculdade de Philosophia e Letras, mantendo as características de incentivo à pesquisa e aos “estudos desinteressados”. Nesse sentido, propomos considerar o IHGB como um lugar de poder atuante no campo educacional, e como instância inovadora no conturbado cenário do ensino superior brasileiro. Para tal a pesquisa abrange o período de existência da Academia de Altos Estudos e da Faculdade de Filosofia e Letras, compreendido entre 1915 a 1922. O conjunto de fontes utilizadas para esse estudo é composto principalmente pelas publicações no Diário Oficial da União referentes ao tema, bem como os fundos documentais relacionados aos sócios fundadores e participantes do projeto. A proposta de tomar o IHGB como instituição atuante no campo educacional nos primeiros anos da República brasileira decorreu do desenvolvimento da pesquisa de Iniciação Científica que propunha investigar as relações entre o IHGB e as reformas educacionais dos anos 1920 e 1930. Nesse estudo, foi possível constatar a existência de uma rede de sociabilidade conformada pelos sócios desta instituição. De início observamos o papel social e institucional desempenhado tanto pelo IHGB como pelo Colégio Pedro II - ambos criados durante a década de 1830 – e encontramos funções, ao menos, complementares: enquanto o primeiro se caracterizava como o espaço da reflexão intelectual e da construção do conhecimento científico e histórico do período; o segundo foi encarregado de construir, de forma escolarizada, a estrutura social do Império e sua manutenção política . Outros aspectos indicam a relação entre os currículos escolares, os compêndios utilizados no Colégio Pedro II e os membros do IHGB Segundo Bittencourt, grande parte dos materiais didáticos produzidos entre o final do séc. XIX e as primeiras décadas do XX tinham por seus autores os sócios do IHGB e / ou professores do Colégio Pedro II , então Ginásio Nacional. Tal aproximação se dá especialmente no ensino de história. As reflexões acerca da presença do IHGB no campo educacional tomaram novas configurações com a observação do processo de criação e funcionamento da Academia de Altos Estudos, doravante referida como AAE. A ligação da AAE com outra instituição de prestigio intelectual - o IHGB- despertou novos interesses; principalmente pelas propostas de formação (superior) de professor para o ensino secundário, mais assinaladas nos programas da Faculdade de Philosophia e Letras, um desdobramento da Academia fundada pelo Instituto. O que configurou um outro movimento interessante dessa iniciativa que primeiro estava relacionada à assuntos diplomáticos, comerciais e administrativos, e posteriormente direcionou-se para um assunto delicado no campo político educacional. Instituições de caráter oficiais para formação profissional foram criadas na província do Rio de Janeiro, na década de 1830; tais como a Escola Normal de Niterói (1835) e o Colégio Pedro II (1837), que tinham a função de estabelecer modelos programáticos de ensino e formação profissional de professores primários. Contudo parâmetros para formação do professor secundário praticamente inexistiam no século XIX e início do XX. Desse modo, tanto no Colégio Pedro II como para as outras instituições secundárias provinciais (equiparadas ou não ao Pedro II) vigorava, assim como nas instituições superiores, o sistema de cátedras para os lentes do secundário. A admissão dos professores secundários era feita mediante a prestação de exames para ocupação das cadeiras (correspondentes à departamentos de disciplinas dentro das instituições). Existente no ensino superior como forma de seleção e garantia de qualidade dos profissionais, também vigorava para a admissão dos professores secundários. De acordo com a maior parte da bibliografia que versa sobra o professor secundário sua formação ocorre no seio das universidades e Institutos superiores de educação, concretamente existentes a partir das decas de 1920 e 1930. Ainda que a “ideia de universidade” já existisse entre políticos e intelectuais brasileiros durante século XIX. Nesse panorama, a proposta de oferecer formação superior à professores secundários expressa no programa da Faculdade de Philosophia e Letras do Instituto, na década de 1910, configura um projeto inovador no campo político educacional brasileiro. |