Representações de professor e aluno nas teorias pedagógicas
Propomo-nos apresentar de maneira concisa e objetiva um estudo crítico das teorias pedagógicas e suas relações com a sociedade, elaborando um confronto entre as pedagogias críticas e as pedagogias do “aprender a aprender”. Buscaremos, também, apresentar elaborações teóricas acerca do processo de ens...
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Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires. Facultad de Ciencias Humanas. Núcleo de Estudios Educacionales y Sociales (NEES)
2014
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Propomo-nos apresentar de maneira concisa e objetiva um estudo crítico das teorias pedagógicas e suas relações com a sociedade, elaborando um confronto entre as pedagogias críticas e as pedagogias do “aprender a aprender”. Buscaremos, também, apresentar elaborações teóricas acerca do processo de ensino e suas relações com a ontologia do ser social. Nesse contexto, a condição da escola, do professor e do aluno, devem ser pensados como elementos fundamentais para a organização escolar, pois, é na interação entre esses sujeitos que se dá a aprendizagem. Assim, abordaremos tais condições na perspectiva das teorias pedagógicas mais recorrentes no ambiente escolar e no debate acadêmico. Partiremos de uma proposição marxista, segundo a qual, a anatomia humana é a chave para a anatomia do macaco. Com isso, queremos dizer que para entender as pedagogias do “aprender a aprender” e construir uma dinâmica perfeita no confronto com as críticas por elas despertadas, é preciso, antes, um estudo crítico das pedagogias não-hegemônicas, fio condutor desta proposta. Abordaremos, primeiramente, pelas questões previamente colocadas, a Pedagogia Histórico-Crítica, na qual professores e alunos se encontram numa relação social específica com o objetivo de estudar os conhecimentos acumulados historicamente. A partir disso, podemos traçar a condição do professor na educação escolar segundo a Pedagogia Histórico-Crítica, que lhe confere como objeto principal o ensinar, dirigir o processo educativo, com a finalidade de potencializar as possibilidades do aluno, de forma que os elementos culturais sejam apreendidos e assimilados pelo indivíduo. Ressaltamos, pois, a importância que o currículo assume enquanto expressão das concepções de homem, de mundo, de ensino e aprendizagem, de método e de educação, ou seja, expressão das aspirações sobre a escola e seu papel social, das práticas pedagógicas e das relações nela vividas. Quando falamos, então, que é tarefa do professor sistematizar o conteúdo, falamos, pois, de uma seleção intencional de conteúdos – aqueles produzidos e acumulados historicamente pela humanidade, o conhecimento mais evoluído em nossa sociedade no campo da ciência, da filosofia e das artes –, os quais devem ser socializados, uma vez que são requisitos mínimos para a busca da transformação consciente de uma sociedade que não seja excludente, seletiva e contraditória. Tal situação nos coloca diante o perigo de acreditar que seriam os acasos da vida de cada sujeito e não o conhecimento historicamente construído que determinariam o que é ou não relevante para sua formação. E é justamente disso que decorrem as pedagogias do “aprender a aprender”, que aparecem em diferentes discursos (construtivismo, pedagogia das competências, pedagogia de projetos, teoria do professor reflexivo), sendo elas, variantes de uma mesma concepção. Pretendemos apontar que na perspectiva crítico-dialética tais pedagogias caem por terra ao desconsiderar como principal fator no processo de aprendizagem a mediação e o processo dialético entre professor e o aluno, responsável por gerar tensão, capaz de produzir a superação do imediato e a verdadeira aquisição do conhecimento. Concordamos ser preciso, sim, que o aluno assuma uma posição ativa no processo de aprendizagem, porém, a forma ativa com que a criança se apropria do mundo exige que o professor organize o conteúdo para proporcionar esse ir e vir do mundo externo ao interno, e não o contrário. É tarefa do professor estimular a atividade, a iniciativa dos alunos, no entanto, sem abrir mão de tomar a iniciativa, valorizando, assim, o diálogo entre aluno e professor sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente. Ou seja, devemos considerar os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico sim, mas sem perder de vista a sistematização lógica, a ordenação e gradação dos conhecimentos para efeitos do processo de transmissão e assimilação dos conteúdos cognitivos. Apontamos nesse sentido, que caberia à escola, aplicar um regime que desse ao professor e aos alunos o máximo de direção própria e de participação nas responsabilidades de sua vida comum, sem ignorar, contudo, o conhecimento historicamente construído. |