Universidade pública & pesquisa academica em educação: uma análise do papel do investigador a partir do conceito de intelectual orgânico para Antonio Gramsci

Este artigo analisa a produção da pesquisa acadêmica na área de políticas educacionais neste contexto histórico de terceiro milênio na América Latina e discute o papel do pesquisador nas universidades publicas nesta relação da Instituição de Educação Superior com o setor produtivo, tendo como base o...

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Detalles Bibliográficos
Autores principales: Almeida, Maria de Lourdes Pinto de, Boneti, Lindomar W.
Formato: Artículo revista
Lenguaje:Portugués
Publicado: Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires. Facultad de Ciencias Humanas. Núcleo de Estudios Educacionales y Sociales. (NEES) 2014
Materias:
Acceso en línea:http://www.ridaa.unicen.edu.ar/xmlui/handle/123456789/137
Aporte de:
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Investigación educativa
Producción científica
Política educativa
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description Este artigo analisa a produção da pesquisa acadêmica na área de políticas educacionais neste contexto histórico de terceiro milênio na América Latina e discute o papel do pesquisador nas universidades publicas nesta relação da Instituição de Educação Superior com o setor produtivo, tendo como base o conceito de intelectual orgânico gramsciano. Vale a pena destacar que o papel do “intelectual orgânico”, engajado na luta política, torna-se fundamental na concepção de luta de classe gramsciana. Nesta perspectiva, a universidade pode ser pensada como um duplo e articulado campo de atuação. Tanto como incremento da força produtiva e do lucro, quanto de confronto político e ideológico, da busca da hegemonia e da supremacia (momento unificar do consenso e da conquista do poder de “fato”). Nessa perspectiva, o pensamento de Gramsci é fundamental para se compreender o papel do intelectual. Inicialmente é destacável que ele amplia a concepção de Estado do “marxismo clássico”. O pensador italiano mostra que a luta política nas sociedades atuais se dá menos “contra” o Estado do que no Estado. Este se apresenta como instância mediadora de interesses de classes, em vez de mero representante da classe dominante. Nele, portanto, os antagonismos se manifestam. Ao lado dos aparelhos coercitivos do Estado (sociedade política), Gramsci destaca os aparelhos privados de luta ideológica. Ele destaca duas esferas no interior da superestrutura: a sociedade civil e sociedade política. Trata-se de esferas distintas, mas articuladas, do ponto de vista do domínio de classes. A sociedade política é o conjunto de aparelhos com os quais a classe dominante detem e exerce o monopólio legal ou de fato da violência. Já a sociedade civil tem como base material os aparelhos privados de hegemonia cuja função é exercer o poder hegemônico através do consenso e direção da classe social no poder. Destaca-se a imprensa em geral, os sindicatos, igrejas, escolas e, sobretudo, os partidos políticos como fulcro da ação coletiva. Gramsci opera uma fusão prático-teórica (práxis) segundo a qual podemos compreender todos os homens como intelectuais. Nesse sentido, o empresário torna-se não só um acumulador ganancioso, mas, sobretudo um intelectual orgânico, articulador de interesses de classes. A universidade apresenta-se como fator superestrutural, mas está intrinsecamente ligada ao setor produtivo. Tanto no sentido em que se constitui como empresa, como no de que produz saberes ligados ao incremento técnico diretamente relacionado com a produção científica e cultural. Gramsci denuncia o caráter encantado dessa concepção de progresso científico positivista, em que se vislumbra um sentido escatológico, uma salvação mecânica, em que se dispensa o esforço do ser humano, uma vez que se crê que tudo vai por si, conforme o avanço das especializações dos novos ramos de investigação. Ao se estudar, por outro lado, a prática do intelectual enquanto inserido no contexto histórico mais amplo, novos elementos apresentam-se. Entre estes, destacam-se as opções e as posições do intelectual frente à correlação de forças políticas. Neste âmbito, interessa a análise das concepções ideológicas inerentes às práticas dos intelectuais. Ideológico no sentido de visão de mundo, de sociedade e, sobretudo, do papel da ciência. Aqui se exige um posicionamento político do “acadêmico”. Esse posicionamento pode ser tácito ou confesso. Na complexidade histórica não se pode desvincular Estado do mercado, quer dizer, as relações econômicas das relações políticas. Pode-se falar de hegemonia, no sentido de que as forças ligadas aos interesses do mercado, do lucro prevaleçam, no sentido de determinar um consenso, capaz de garantir diretrizes públicas voltadas para os interesses do capital, assim como se pode falar na hegemonia das forças intervencionistas, negadoras da mera dinâmica do mercado enquanto determinante das diretrizes comuns, as quais visam regular ou modular o próprio mercado, no sentido de contrariar a sua “espontaneidade” anárquica. Trata-se de hegemonia no sentido de que a tendência pública imprimidas pelo Estado, quer conforme os interesses do “livre mercado” ou dos que propõem discipliná-lo ou suprimi-lo, exigem um consenso e um constrangimento que só podem se efetivar com os usos dos aparelhos governamentais. A luta política (hegemônica) trava-se em torno da ocupação dos espaços do Estado, os mecanismos de controle do público. Mesmo no interior da universidade pública os rumos da pesquisa dependem das tendências hegemônicas vinculados aos projetos, aos grupos de pesquisas, aos departamentos, às reitorias. Trata-se das forças capazes de determinar o que é prioritário. Antes de acusar Gramsci de pedagogismo romântico, deve-se salientar o carácter agosnístico em torno da disputa pela informação, ponto sem o qual a concepção de “intelectual orgânico”, ou de “príncipe moderno”, esvazia-se, sendo, portanto superada pelos novos tempos. O cimento do bloco histórico deve ser visto como o saber circulando entre intelectuais e a massa. O que acaba por admitir a não distinção entre ciências naturais e políticas entre um saber meramente voltado para o incremento técnico e um conhecimento “político” (das relações humanas) visando apenas tomar o poder e mantê-lo. Ainda que cada um atue no seu nível, (a relação homem-natureza e relação de poder entre os homens), as duas esferas da ciência estarão sempre implicadas. Ao apropriar-se dos meios de produção, os trabalhadores apropriam-se do saber (da produção do conhecimento) capaz de mantê-los e incrementá-los. Nesse caso, implica-se redefinir os rumos das pesquisas não conforme o mercado, mas conforme as exigências coletivas (hegemônicas). As noções gramscianas são importantes para uma análise histórica da atividade acadêmica. Elas nos permitem pensar o papel do intelectual, em suas várias modalidades. Ao invés de contrapor os intelectuais tradicionais e os orgânicos, contrapomos estes aos atrelados ao interesse do capital, portanto direcionados pelos rumos do mercado, movidos pela lógica do lucro. Com a hegemonia maciça do liberalismo, esse enfoque pode parecer anacrônico. No entanto, a sua pertinência reside aí. Trata-se da própria noção de hegemonia, termo gramsciano, que se não nos permite analisar a démarche interna das revoluções científicas, nós permite compreender os abortamentos históricos de revoluções sociais, perante as quais as revoluções científicas seriam apenas capítulos