Para compreender uma intuição: Critérios para distinguir argumentos de adjuntos verbais

A distinção entre argumentos e adjuntos verbais é fundamental para alicerçar diferentes teorias linguísticas. Entretanto, ainda que nossa intuição seja segura para analisar os casos mais prototípicos, ela falha no julgamento de algumas relações verbais. Precisamos, pois, de um critério seguro (e não...

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Detalles Bibliográficos
Autores principales: CNPq, CAPES, Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-graduação em Linguística da UFSC., Moura, Heronides, Miliorini, Rafaela
Formato: Artículo publishedVersion
Lenguaje:Portugués
Inglés
Publicado: ALFA: Revista de Linguística 2018
Materias:
Acceso en línea:https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/10270
http://biblioteca.clacso.edu.ar/gsdl/cgi-bin/library.cgi?a=d&c=br/br-048&d=article10270oai
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Sumario:A distinção entre argumentos e adjuntos verbais é fundamental para alicerçar diferentes teorias linguísticas. Entretanto, ainda que nossa intuição seja segura para analisar os casos mais prototípicos, ela falha no julgamento de algumas relações verbais. Precisamos, pois, de um critério seguro (e não apenas intuitivo) que seja capaz de diferenciar todos os casos de complementação dos de adjunção verbal. Portanto, o objetivo deste trabalho é apresentar e discutir alguns dos principais testes que buscam diferenciar argumentos de adjuntos verbais (JACKENDOFF, 1977; DOWTY, 1982; CAPPELEN; LEPORE, 2005; HAEGEMAN, 2006; KENEDY, 2013; MIOTO; FIGUEIREDO SILVA; LOPES, 2013), especialmente quando temos os papéis temáticos de benefactivo e de locativo – pois são papéis que ocorrem tanto na posição de argumento interno quanto na de adjunto. Vamos apresentar os seguintes testes: (i) opcionalidade do termo, (ii) subcategorização, (iii) s-seleção, (iv) acarretamento e (v) retomada anafórica, e tentar mostrar quais são os problemas que cada um deles enfrenta. Surpreendentemente, a distinção argumento–adjunto parece não encontrar suporte consistente e definitivo em nenhum teste proposto pela literatura. O último deles, entretanto, a retomada anafórica, é o único que parece capturar essa distinção, embora diagnostique como transitivos alguns verbos classicamente considerados inergativos (como viajar e telefonar).