Nossa senhora e a mulher lobisomem: corpo, expêriencia, performance.

A seguir, pretende-se discutir a experiência de devotos em Aparecida, oriundos do Jardim das Flores (“buraco dos capetas”), um bairro que se localiza na periferia de uma cidade do interior de São Paulo. Um “desvio” metodológico sugerido por Victor Turner e Richard Schechner é propício para captar a...

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Detalles Bibliográficos
Autor principal: Cowart Dawsey, John
Formato: conferenceObject
Lenguaje:Portugués
Publicado: 2016
Acceso en línea:http://hdl.handle.net/11086/2396
Aporte de:
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institution Universidad Nacional de Córdoba
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language Portugués
description A seguir, pretende-se discutir a experiência de devotos em Aparecida, oriundos do Jardim das Flores (“buraco dos capetas”), um bairro que se localiza na periferia de uma cidade do interior de São Paulo. Um “desvio” metodológico sugerido por Victor Turner e Richard Schechner é propício para captar a força de uma experiência liminar que se manifesta na devoção à santa padroeira do Brasil. O trajeto percorrido pelos devotos requer, porém, ainda outro deslocamento, um duplo movimento capaz não apenas de olhar o cotidiano a partir de Aparecida, mas também de olhar Aparecida às margens das margens, a partir do parque de diversões. O pensamento benjaminiano e o teatro de Bertolt Brecht fornecem elementos importantes para compor esse olhar dialético, e repensar a antropologia da experiência (e da performance) de Turner e Schechner. Eis uma questão: aquilo que a liturgia e o processo ritual separam em Aparecida, para fins de compor a imagem impassível da santa no espaço do sagrado, reúne-se nas imagens carregadas de tensões no Jardim das Flores. O que estava reunido nos corpos dessas mulheres, tensionando-os, neles suscitando estados de inervação corporal, separava-se, em Aparecida, por meio de uma classificação binária operada pelo processo ritual, instituindo uma oposição entre sagrado e profano, catedral e parque de diversões, Aparecida e mulher-lobisomem. Seria o parque de diversões um dispositivo através do qual a cultura popular propicia um retorno do suprimido? Estados somáticos e formas de inervação corporal associados à experiência do pasmo, que fazem parte da história incorporada de mulheres e homens do “buraco dos capetas”, irrompem no espetáculo da mulher-lobisomem, entre outros do parque de diversões. Às margens das margens, com efeitos de pasmo, ali se produz um duplo estranhamento: em relação ao cotidiano e ao extraordinário também.
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