O que o amor pode suportar?

Este artigo tem como objetivo descrever de que maneira foi erguido e sustentado o amor de uma mulher pobre e grávida, Célia, por um homem, Tonico, também pobre, que ela não tinha certeza se era ou não um estuprador e é o pai do seu filho. Tonico conheceu Célia em um pagode no centro do Rio de Janeir...

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Detalles Bibliográficos
Autor principal: Rangel, Everton
Formato: Artículo revista
Lenguaje:Portugués
Publicado: Instituto de Ciencias Antropológicas, Facultad de Filosofía y Letras, UBA 2024
Materias:
Acceso en línea:http://revistascientificas.filo.uba.ar/index.php/runa/article/view/14224
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Descripción
Sumario:Este artigo tem como objetivo descrever de que maneira foi erguido e sustentado o amor de uma mulher pobre e grávida, Célia, por um homem, Tonico, também pobre, que ela não tinha certeza se era ou não um estuprador e é o pai do seu filho. Tonico conheceu Célia em um pagode no centro do Rio de Janeiro, enquanto cumpria pena em um presídio semiaberto, e era justamente sobre o crime que teria cometido que ele mais mentia para ela. Visando explicitar que a mentira está diretamente relacionada à produção do laço amoroso, primeiro discorrerei sobre algumas noções de amor e, em seguida, mobilizarei aquela que me parece mais próxima aos meus dados para discutir a noção de vulnerabilidade, bem como a de mentira e seus efeitos. Descrevo os custos subjetivos de tentar amar e crer em um noivo que parece mentir o tempo todo, visando sugerir que o amor e a mentira se vinculam à produção de vulnerabilidade. Defendo que existe um nexo entre amor, mentira e vulnerabilidade, que incitado e marcado pela prisão, produz família de forma específica.