O homem à máquina: como o cinema contemporâneo retrata o escritor em seu processo

Na esteira das pesquisas mais recentes sobre o diálogo entre cinema e literatura (Stam & Raengo 2005; Follain 2010), buscaremos analisar formas de confluência que não se foquem apenas nos estudos das adaptações cinematográficas de obras literárias (metodologia cujos resultados muitas vezes r...

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Detalles Bibliográficos
Autor principal: María Castanho Cau
Formato: Trabajo revisado (Peer-reviewed)
Lenguaje:Portugués
Publicado: Congreso Internacional de Letras 2018
Acceso en línea:http://eventosacademicos.filo.uba.ar/index.php/CIL/VI-2014/paper/view/2058
https://repositoriouba.sisbi.uba.ar/gsdl/cgi-bin/library.cgi?a=d&c=cil&d=2058_oai
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Descripción
Sumario:Na esteira das pesquisas mais recentes sobre o diálogo entre cinema e literatura (Stam & Raengo 2005; Follain 2010), buscaremos analisar formas de confluência que não se foquem apenas nos estudos das adaptações cinematográficas de obras literárias (metodologia cujos resultados muitas vezes reforçam noções estéreis de “fidelidade” e “primazia”). Pretende-se pensar na forma como o cinema contemporâneo (re)cria a figura do escritor: esse ser de possibilidades de representação imagética tão limitadas, cujo processo de criação presta-se tão pouco à representação visual. De acordo com o que afirmam teóricos como Buchanan e Arthur, identifica-se um impasse fundamental: a recorrência das narrativas centradas nesses personagens e as dificuldades do meio de representar o ofício da escrita sem recorrer ao misticismo e ao uso recorrente dos mesmos limitados clichês. Mostrar um sujeito diante do computador apertando teclas, além de visualmente enfadonho, diz tão pouco do ato de escrever literatura que o processo permanece como mistério. Indiferenciada assim, tal ação é tão banal que não parece guardar qualquer parentesco com o universo da arte. Num movimento inverso, pôr em cena um homem que de súbito é acometido por uma iluminação quase sobrenatural, que o leva a compor um texto, é apelar para a ideia hoje fugidia da inspiração musaica. Partindo desse panorama, e recorrendo a uma série de exemplos bastante recentes, como Flores raras (2012) e Ruby Sparks (2013), buscaremos responder às seguintes indagações: 1) Como o cinema contemporâneo aborda a figura do escritor e o seu processo de trabalho: como se constrói o espaço em que esse tipo de personagem desempenha seu ofício e a forma como lida com ele? 2) De que forma o cinema retrata o ato da escrita – e mais: como é possível abordar visualmente os acúmulos de reflexão que precedem (e de certa forma fundamentam) a escrita?