Contribuições ao estudo da ambiguidade da linguagem sob a ótica enunciativa

Parte da linguística analisa o fenômeno da ambiguidade em função das regras gramaticais e tende a categorizá-lo em diferentes níveis, o que faz emergir taxonomias que remetem a ambiguidade a problemas tencionáveis nos âmbitos semântico, lexical, sintático, morfológico, etc. Assim, esse trabalho se f...

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Detalles Bibliográficos
Autor principal: Cumpri, Marcos Luiz
Formato: Objeto de conferencia
Lenguaje:Portugués
Publicado: 2012
Materias:
Acceso en línea:http://sedici.unlp.edu.ar/handle/10915/42438
http://jornadasfilologiaylinguistica.fahce.unlp.edu.ar/v-jornadas/Cumpri.pdf/view
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Descripción
Sumario:Parte da linguística analisa o fenômeno da ambiguidade em função das regras gramaticais e tende a categorizá-lo em diferentes níveis, o que faz emergir taxonomias que remetem a ambiguidade a problemas tencionáveis nos âmbitos semântico, lexical, sintático, morfológico, etc. Assim, esse trabalho se foca na releitura de algumas dessas taxonomias com o suporte teórico-metodológico da Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas (TOPE) do linguista francês Antoine Culioli, o qual não propõe uma divisão do estudo da língua em abordagens fonéticas, semânticas, morfologias, etc. por crer que tais divisões não trazem uma visão do todo da linguagem. Ao contrário, ele insiste num um trabalho que afirma a necessidade de um sistema de representação que suporte a generalização, que vê o significado e a sintaxe como inseparáveis e propõe que se observem valores semântico-discursivos veiculados por marcas de diferentes ordens (entoacional, lexical, morfológica, etc.) geradas na relação léxico-gramática. Na verdade, apostamos na indeterminação da linguagem para chegarmos a resultados que mostrem que as categorizações são instáveis e elegem, muitas vezes, apenas questões de língua para determinar as taxonomias ao invés de tomarem ciência dos valores (entre eles a modalidade, o tempo e o aspecto) responsáveis pela ambiguidade fundamental da linguagem e pela criação de um cenário sociopsicológico que torna cada ato enunciativo uma construção ímpar de um espaço orientado e determinado, o qual estabiliza os valores referenciais. Dessa forma, atribuir apenas à gramática o papel de desencadeadora de uma ambiguidade (seja ela no campo do léxico ou da sintaxe) é desconsiderar que a linguagem se prolifera e possibilita um jogo incessante de significações garantido pela dissimetria inevitável entre produção e reconhecimento interpretativo. Essa espécie de jogo fundadora da comunicação.