SURDOS NA UNIVERSIDADE: QUESTÕES DE LETRAMENTOS, CULTURA E IDENTIDADE

Este artigo aborda eventos e práticas de letramento de surdos universitários, a partir de uma visão múltipla de letramento. A presença do surdo no ensino superior exige a tessitura de um novo paradigma de discurso acadêmico, fundamentado em uma percepção fora do logocentrismo, e a ruptura da percepç...

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Detalles Bibliográficos
Autores principales: Mendes PEREIRA, Danielle Cristina; UFRJ, Campos MUNIZ, Valéria; INES/RJ
Formato: Artículo publishedVersion
Lenguaje:Portugués
Publicado: Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2015
Materias:
Acceso en línea:http://www.e-publicacoes.uerj.br/ojs/index.php/pensaresemrevista/article/view/18429
http://biblioteca.clacso.edu.ar/gsdl/cgi-bin/library.cgi?a=d&c=br/br-037&d=article18429oai
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Descripción
Sumario:Este artigo aborda eventos e práticas de letramento de surdos universitários, a partir de uma visão múltipla de letramento. A presença do surdo no ensino superior exige a tessitura de um novo paradigma de discurso acadêmico, fundamentado em uma percepção fora do logocentrismo, e a ruptura da percepção de letramento como unicamente relacionado ao texto escrito. Desse modo, explanar-se-á sobre o afastamento do modelo autônomo de letramento, ao se reconhecer a capacidade e a diversidade das práticas de letramento do aluno surdo, o que implica a compreensão de um indivíduo com potencial de aprendizagem, de modo indistinto do ouvinte, cujo processo de cognição transita por caminhos diversos. A supressão da audição e a condição visuoespacial da Libras orientam um modo de apreensão da realidade fortemente marcado pela visualidade. Assim, busca-se refletir sobre uma lacuna importante no que concerne ao ensino superior de surdos: respeitá-los como falantes de Libras e aceitar seus usos e práticas específicas da Língua Portuguesa, o que pressupõe o reconhecimento de formas desviantes de padrões estabelecidos como únicos e verdadeiros. Propõe-se a reflexão acerca da premência de reconhecer o surdo enquanto membro de um grupo com língua e cultura específicas, respeitando a sua singularidade de participar do mundo por intermédio da Libras, e compreendendo a sua experiência visual, que denota uma maneira peculiar de ver e de estar no mundo, traduzida em determinados comportamentos cognitivos e sociais a perfazer a sua identidade.