Sujeitos bilíngues e suas relações com o português como língua materna:O Desejo da Completude e a Falta Constitutiva

O objetivo deste trabalho é o de investigar a relação de sujeitos bilíngues, falantes de inglês e português, com a língua portuguesa. Para tanto, analiso recortes discursivos, selecionados entre as respostas de dez sujeitos bilíngues, a duas perguntas: Qual de suas duas línguas você mais aprecia? Po...

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Detalles Bibliográficos
Autores principales: Capes, Megale, Antonieta Heyden
Formato: Artículo publishedVersion Artigo Avaliado pelos Pares Pesquisa Empírica de Campo
Lenguaje:Portugués
Publicado: Universidade Estadual de Londrina 2014
Materias:
Acceso en línea:http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/entretextos/article/view/14665
http://biblioteca.clacso.edu.ar/gsdl/cgi-bin/library.cgi?a=d&c=br/br-038&d=article14665oai
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Descripción
Sumario:O objetivo deste trabalho é o de investigar a relação de sujeitos bilíngues, falantes de inglês e português, com a língua portuguesa. Para tanto, analiso recortes discursivos, selecionados entre as respostas de dez sujeitos bilíngues, a duas perguntas: Qual de suas duas línguas você mais aprecia? Por quê? e Qual de suas línguas é mais importante para você? Por quê?. Os textos obtidos por meio dessas perguntas são analisados a fim de localizar as representações que esses sujeitos possuem do português e, dessa forma, mostrar a irrupção de discursos em torno de suas identidades. Proponho uma interpretação discursiva desses recortes apoiada teoricamente na Análise de Discurso de linha francesa, com contribuições teóricas da noção de representações sociais (MOSCOVICI, 2003; JODELET, 2001). Apoio-me também na ideia de preconceito linguístico (BAGNO, 2002) que emergiu no discurso dos sujeitos participantes. A análise dos dados apontou para o fato de que esses sujeitos atribuem ao português à classificação de difícil, materializada quando o sujeito, ao justificar sua posição, dá ênfase às regras gramaticais que, para ele, são impossíveis de serem colocadas em uso. Esses enunciados parecem revelar a falta constitutiva do enunciador, assim como seu desejo por uma língua “perfeita”. Essa língua ideal passa a fazer parte do imaginário do sujeito que começa a desejá-la, e dessa forma, seu desempenho linguístico é visto como insuficiente e inacabado.