Autoavaliação na educação superior brasileira: dilemas e desafios

O artigo discute a autoavaliação institucional como componente do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), instituído pela Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, destacando desafios e contradições que esse componente vem enfrentando na implementação da política avaliativa formula...

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Autor principal: Vieira de Sousa, José
Formato: Artículo revista
Lenguaje:Portugués
Publicado: Núcleo de Estudios e Investigaciones en Educación Superior del MERCOSUR 2025
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Acceso en línea:https://revistas.unc.edu.ar/index.php/integracionyconocimiento/article/view/49779
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Sumario:O artigo discute a autoavaliação institucional como componente do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), instituído pela Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, destacando desafios e contradições que esse componente vem enfrentando na implementação da política avaliativa formulada para o heterogêneo campo da educação superior brasileira. Explora a noção de campo de Bourdieu (1983) como referencial teórico relevante para a compreensão desse campo, caracterizando-o com dados estatísticos sobre instituições e matrículas de estudantes de graduação, no período 2003-2023. Analisa o desenho da política do Sinaes, problematizando os desafios que a autoavaliação vem enfrentando para assegurar seu sentido de contribuir efetivamente para o autoconhecimento das instituições, ao mesmo tempo em que sofre as implicações da grande centralidade que os índices vêm ganhando no âmbito do Sinaes. Conclui que a avaliação estaria se orientando pelo paradigma dos índices construídos pelo Estado –ainda que a construção dos mesmos venha contando com a participação de representantes da academia– e não pelo paradigma de visão formativa e emancipatória. Os resultados mostram que, em sua evolução, o Sinaes veio passando de um processo de produção de significados para o controle e a seleção com base em escalas numéricas, deixando de lado a avaliação voltada para o autoconhecimento e a reflexão das instituições, o que tem resultado em uma desvalorização da autoavaliação e no fato de que os relatórios de autoavaliação parecem ser endereçados somente ao governo, como cumprimento de uma formalidade, não sendo destinados à comunidade acadêmica mais ampla.