Papéis que Assombram: a vida dos documentos em dois arquivos em São Paulo
Este ensaio compara duas experiências etnográficas em arquivos: o Museu Penitenciário Paulista (MPP) e o Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP), com o objetivo de refletir sobre os efeitos materiais, institucionais e políticos que moldam o acesso aos documentos. A partir da perspectiva de qu...
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| Autor principal: | |
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| Formato: | Artículo revista |
| Lenguaje: | Español |
| Publicado: |
Centro de Investigaciones de la Facultad de Filosofía y Humanidades
2025
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| Materias: | |
| Acceso en línea: | https://revistas.unc.edu.ar/index.php/etcetera/article/view/49432 |
| Aporte de: |
| Sumario: | Este ensaio compara duas experiências etnográficas em arquivos: o Museu Penitenciário Paulista (MPP) e o Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP), com o objetivo de refletir sobre os efeitos materiais, institucionais e políticos que moldam o acesso aos documentos. A partir da perspectiva de que os arquivos não são espaços neutros, mas lugares onde se produzem e se organizam saberes e poderes, o trabalho discute a agência dos documentos enquanto operadores que ordenam condutas e subjetividades. Inspirado por autores como Bruno Latour e Achille Mbembe, o ensaio trata os documentos não apenas como fontes, mas como agentes que participam da fabricação do real e da construção do que se torna arquivável.
No MPP, observa-se a vitalidade residual dos documentos em um espaço musealizado, onde a fricção entre as materialidades do cárcere e as práticas curatoriais evidencia tensões entre conservação e esquecimento. Já no APESP, a burocracia do acesso e a materialidade precária dos prontuários revelam como a organização e a temporalidade do arquivo estatal moldam o que pode ser lido, pesquisado ou ignorado. Assim, o ensaio defende uma abordagem atenta à agência dos documentos como forma de compreender suas potências e restrições políticas no presente. |
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