Vestindo a camiseta: performance e engajamento institucional na construção de subjetividades.

Este ensaio tem como objetivo analisar as práticas performáticas que perpassam o processo de engajamento de membros a uma instituição e como estas refletem na sua subjetividade. Por meio do trabalho de campo na Aiesec, uma organização sem fins lucrativos, presente em mais de 110 países, que...

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Detalles Bibliográficos
Autor principal: Kunrath Silva, Patrícia
Formato: conferenceObject
Lenguaje:Portugués
Publicado: 2016
Materias:
Acceso en línea:http://hdl.handle.net/11086/2415
Aporte de:
Descripción
Sumario:Este ensaio tem como objetivo analisar as práticas performáticas que perpassam o processo de engajamento de membros a uma instituição e como estas refletem na sua subjetividade. Por meio do trabalho de campo na Aiesec, uma organização sem fins lucrativos, presente em mais de 110 países, que recruta jovens estudantes e recém-formados para realizar trabalho voluntário na organização e posteriormente trabalhar no exterior, procurou-se mapear e analisar o conteúdo da comunicação e as práticas às quais estes jovens são submetidos antes do período de intercâmbio, bem como de depoimentos durante e após esta experiência. Este é um ensaio inicial de uma pesquisa em andamento e tem por fundamento dados levantados por meio de observação participante, ao longo do ano de 2011, em atividades dos membros do comitê local em Porto Alegre, Brasil. Em um ambiente em que os agentes compartilham coreografias, gestos corporais e jargões únicos e exclusivos da instituição, estes passam a se sentir parte de um grupo maior, de um grupo que compartilha também categorias de pensamento e se difere dos demais. Por meio de eventos, rituais, workshops, etc., os membros da organização dizem buscar se “desenvolver” e o discurso da “formação de lideranças” ganha força. Nas falas dos novos membros que chegam à organização encontramos referências à falta de oportunidades no mercado de trabalho para iniciantes ou ainda falta e/ou confusão de perspectivas de recém-formados que não sabem que seguimento dar à sua trajetória profissional. Este momento de “crise”, de confrontação com a entrada no mercado de trabalho, é o momento em que estes jovens começam a pensar suas identidades profissionais. Neste sentido, os estudos da performance nos auxiliam a extrapolar o universo de observação dentro da instituição e a analisar de que forma práticas e discursos performáticos são manejados, recebidos e interpretados pelos atores em questão.